5 passos para a liderança facilitadora

Arquitetar a colaboração: 5 passos para uma liderança facilitadora

Prefácio

Não posso precisar bem a data, mas foi seguramente um momento-chave na minha formação como facilitador de grupos e, mais tarde, como líder facilitador. 

A primeira vez que li o livro - How to Make Collaboration Work: Powerful Ways to Build Consensus, Solve Problems and Make Decisions – encontrei um sentido para aquilo que, na prática, já tinha vindo a realizar desde o início da minha vida profissional. 

Tomei consciência que facilitar grupos era uma profissão e que eu não estava só neste desígnio de acreditar que a colaboração e a gestão participada, podem transformar as pessoas, os grupos, as organizações e, bem assim, a nossa própria sociedade no seu todo.

Considerado por muitos como o pai da facilitação de grupos, David Strauss, identificou em 2002 os cinco princípios a seguir para desenhar um processo de colaboração e são esses princípios que irei abordar aqui. 

Ao distinguir entre conteúdos e processos de grupo, os líderes facilitadores aperfeiçoam-se no uso de métodos e técnicas de intervenção que lhes permitem exercer uma forma de liderança colaborativa, através da qual, um grupo se transforma numa equipe bem coesa, que assume a responsabilidade pelas tarefas atribuídas e se organiza para as poder levar a cabo com sucesso.
Como as competências da IAF - International Association of Facilitators – nos mostram bem, a facilitação de grupos é um processo amplo que inclui o diagnóstico do contexto, a contratualização com o cliente, o desenho da sessão, ou seja, um conjunto de tarefas que têm muito mais a ver com aquilo que eu designo por "arquitetura da colaboração" do que com os processos grupais e a dinâmica de grupos propriamente dita. 

No entanto, todas estas tarefas (diagnosticar, contratualizar, planear, intervir e avaliar) são igualmente importantes e é a sua diversificação que dá uma vida e um sabor tão especial ao exercício de uma liderança facilitadora, que gera a plena satisfação do grupo por uma colaboração genuína.

O propósito deste livro

Este livro destina-se a todos os líderes no século XXI, que adotam comportamentos facilitadores e envolvem cada vez mais os seus colaboradores na resolução conjunta de problemas e na tomada de decisão.

A contribuição fundamental de um arquiteto da colaboração centra-se no domínio das pessoas – peopleware – onde ela ou ele será essencialmente um líder facilitador que adota os valores e os princípios da facilitação de grupos para criar uma cultura de reuniões mais colaborativas e poder obter os melhores desempenhos nas organizações que dirige.
Sobre o autor
Este livro, é o 1º volume da série “Arquitetar a Colaboração” e destina-se a todos os gestores e consultores que se queiram aperfeiçoar como líderes facilitadores.

Se, após esta livro, sentir que ainda precisa de saber mais sobre os princípios e as técnicas de facilitação de grupos, então o volume 2 desta série poderá ser-lhe útil.

Estrutura do livro

Para cumprir o propósito deste livro, iremos abordar:

- Na introdução, a emergência de um novo paradigma para a resolução de problemas e a decisão em grupo.
- No capítulo II, o que são e o que fazem os arquitetos da colaboração.
- No capítulo III, como arquitetar a colaboração.
- No capítulo IV, a gestão dos registos do grupo como uma peça-chave para facilitar a colaboração.
- No capítulo V, os cinco aspetos a considerar na produção da colaboração.
- Finalmente, no último capítulo, o apoio da tecnologia aos processos colaborativos.
Share by: